sábado, 12 de setembro de 2009

A roda da Vida

"Há duas formas de viver a vida: Uma é acreditar que não existem milagres;
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."
Albert Einstein


Olá pessoas!
O segundo post extraordinário do AluMus!
O prometido post chocante fica para depois!
Agora, um post que surge na minha mente como água em uma nascente. Simplesmente não posso barrar o fluxo de idéias e transportá-lo para o mundo das letras, poesia e sonho!
Um relato de caso, quase. E, portanto, sem uma trilha sonora inspiradora.
Deixo então, "Jesus Alegria dos Homens", de Bach. Com uma melodia "2-3-1, 2-3-1", ou seja, iniciando pelo filho, acho que ela se encaixa bem com o que eu quero passar. ^^



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Vida

9h da manhã. Chego em casa cansada, sonolenta, com os pés doendo e a mente lenta. Mas feliz.
Quando entrei naquele ônibus, juro, não sabia o que me esperava. Fazia alguma idéia, mas nunca me imaginei tão ativa. Não imaginei que eu iria por a mão na massa e trabalhar, de fato. Mas o fiz. E que bom que foi!
Ontem era o último capítulo da novela. Eu nem sabia disso. Mas logo descobri que dias de fim de novela, Big Brother, jogo de futebol e outros entretenimentos de massa podem adiar o surgimento da vida. Encare isso nos diversos sentidos, mas o que digo aqui é o mais literal.
Quando finalmente a novela acabou, passamos de um parto para sete. Com mais seis pacientes internadas, esperando a chegada da cegonha.
Infelizmente, nem todas as cegonhas levarão seu bebê para um destino muito favorável. Duas mães adolescentes... Uma mãe com crise... Psiquiátrica, eu espero. Uma região pobre de Ribeirão Preto. Será que vale a pena trazer essas crianças à vida?
Mas quando penso em tudo isso, questiono-me se é meu direito questionar. O que seria do mundo sem o sorriso doce e da inocência das crianças? Que esperanças poderíamos ter, se elas não continuassem a nascer? Se eu acredito em uma força motriz do mundo, esta é a juventude. Controlada pela sabedoria dos mais velhos, ela avança contra as injustiças, os preconceitos.
Mas voltando ao assunto...
Bebês! Pequenos seres vivos. Lindos. Fofos. Cuti-cuti.
Olhando todas aquelas mães... Vendo o brilho nos olhos, o carinho que devotavam aquelas pequenas criaturas que, com muito - mas muuuito - esforço sairam de dentro de si... É impossível não acreditar que o amor exista.
No começo, só seguia os 4º ano... Passei a seguir o 6º ano... Segui a R1, o R2... E depois, passei a fazer sozinha! Certo, era só a dinâmica... Aferir pressão, verificar o pulso, contar batimento cardíaco fetal... Foi bom me sentir médica, aprender a fazer toque vaginal (por mais esquisito que seja). Foi interessantíssimo assistir aos partos. Em um período de doze horas eu vi seis crianças conhecerem este mundo.
Mas o mais importante... Foi a sensação de simples alegria.
Ver o sorriso daqueles bebês me deu força para continuar. Porque esse mundo ainda tem esperança. Eu podia ter dormido essa madrugada. Mas troquei o comodismo da minha cama pela alegria de ver a vida surgir diante de meus olhos.


Só lembrando... Eu estou escrevendo pós plantão de 12h da GO. Peço perdão pelos erros e pela, talvez, falta de coerência. O sono afeta a minha mente, mas não o meu modo de sentir...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

To be only yours, I pray

"- Se insiste em agradecer-me - replicou ele -, faça-o apenas por si. Não nego que o desejo de lhe causar prazer tenha contribuído também para o que fiz. Mas a sua família nada me deve. Respeito-a muito, mas creio que foi só em si que pensei.
Elizabeth ficou tão embaraçada que não soube o que responder. Após uma pequena pausa, o seu companheiro acrescentou:
- Sei que é generosa demais para fazer pouco de mim. Se os seus sentimentos são ainda os mesmos que manifestou em Abril passado, diga-mo imediatamente. O meu amor e os meus desejos permanecem inalterados; mas basta uma única palavra sua para que nunca mais lhe fale no assunto."

Orgulho e Preconceito, Jane Austen

"Assim é o amor. A tristeza amorosa é o vazio desejando o pleno. Sócrates inventou um mito para explicar o amor. Disse que Eros nasceu do casamento entre a “Pobreza” e a “Plenitude”. O amor é um buraco na alma. Quem ama é pobre. Falta alguma coisa. Peça desencaixada do quebra-cabeça. O sentimento amoroso é a nostalgia pelo pedaço que me falta, “pedaço arrancado de mim”. Assim são o masculino e o feminino.
O masculino é o pleno que ora pelo vazio que o abraçará.
O feminino é o vazio que ora pelo pleno que nele se encaixará. Quando os amantes se abraçam e as peças se interpenetram, os corpos se encaixam, como no quebra-cabeça. Todo ato de amor é uma realização efêmera de uma unidade original perdida."
O Amor que Acende a Lua – Se eu fosse você, Rubem Alves


Olá pessoas!

Dessa vez, o AluMus seguiu a ordem inversa... Resolvi que queria escrever sobre um tema. Entretanto, levou horas para escolher uma música que combinasse com todo o sentimento dentro de mim.
Em uma conversa um tanto quanto interessante, surgiu uma proposta um tanto quanto perigosa de uma amiga: Se nosso amigo encontrasse 10 mulheres no campus que nunca tivessem sonhado com um Mr. Darcy em suas vidas, ela iria dançar com um corpete para ele (Claro, ter lido "Orgulho e Preconceito" é requisito básico).

Matthew MacFadyen como Mr. Darcy, no filme de 2005

Diante de tal proposta, resolvi escrever, de novo, sobre o amor. Sobre os sonhos que todos temos. Afinal, quem neste mundo quer ser sozinho...? E quando sonhamos, o outro sempre é um ser perfeito - como o Matthew MacFadyen Mr. Darcy.
Escolhi a música "Only Hope", do Switchfoot, mas na voz de Mandy Moore (sim, do filme "A Walk to Remmember").

Só uma curiosidade: Mr. Darcy inspirou vários outros caras perfeitos. Michael Moscovitz ("Princess Diaries"), Edward Cullen ("Twilight") e - outro - Mr. Darcy ("O diário de Bridget Jones") são alguns exemplos. =)
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"Quem inventou o amor? Me explica, por favor"

Mulheres são sentimentais. Fato.
Homens só pensam em sexo. Fato.
O amor está vulgarizado. Fato.

Será que podemos generalizar tanto assim, mesmo? Não.
Afinal, toda generalização tem suas exceções (Inclusive essa, talvez).

Eu ainda acredito no ser humano. Ainda acredito que cada um de nós busca a felicidade continuamente. Talvez por meios diferentes... Acredito que, embora seja possível e muitos sejam de fato felizes sozinhos, todos já sonharam com um príncipe/princesa de contos de fada.

O meu príncipe sempre foi um gentleman. Ele segura as portas para mim e beija o ar sobre minha mão. Ele me abraça quando sinto medo e passamos horas conversando... Ele entende meus pensamentos, adivinha meus gostos, coloca minha música favorita para tocar, sonha junto comigo. E o principal...

... ele não existe.

Pessoas perfeitas não existem. Ainda assim, quando apaixonados, idealizamos a pessoa em questão a ponto de não enxergar seus defeitos. Desde aquela barriguinha até desvios de caráter. Ficamos cegos.
Entretanto, discordo do senso comum. Não é o amor que é cego, como disse a paixão é que o é. O amor é sublime, ele ultrapassa os limites da imperfeição. Não por negá-la, mas por aceitá-la. "A felicidade consiste não em sermos amados pelo que somos, mas apesar do que somos". O amor é exatamente isso, é saber que a pessoa ao seu lado não é perfeita, e ainda assim, amá-la. É entender seus erros. E apontá-los, com carinho e delicadeza, para que o outro possa crescer. Para que possam crescer juntos.
Para isso, é preciso ser sincero. é preciso ter coragem de enfrentar julgamentos. E isso é tão difícil, quando se trata da pessoa que você ama! Mas é necessário, só assim se constrói bases sólidas. Confiança.
Isso tudo exige tempo. "Para os que amam, o tempo é eternidade", já dizia Shakespeare. É doação de si próprio; é suor, sangue, lágrima... E, por que não?, oração também. Só assim se contrói um relacionamento de fato.

Uma vez, amei deste modo. Eu vi os defeitos dele, mas isso não era algo ruim. Era só algo que eu podia aceitar e acreditava poder contribuir para seu crescimento. Quis o destino que não completássemos nosso crescimento juntos. Porém, ainda acredito nisto: sinceridade, confiança e compreensão.

O que vejo que acontece hoje no mundo nunca entrou na minha cabeça. E já discuti um bocado, aqui mesmo no AluMus, sobre isso... Imediatismo. As pessoas têm pressa. Mas não é em um segundo que iremos encontrar o nosso Mr. Darcy, não será à primeira vista ou à primeira conversa. Lizzy que o diga, não? Afinal, neste mundo em que vivemos, ele só existe em nossas mentes.
[Para os homens: imaginem alguma beldade - fictícia, de preferência - de seu interesse... Talvez a moça dos óculos escuros, de "Ensaio Sobre a Cegueira", José Saramago.]

E, no final, acredito que cada um, à sua maneira, reze para que um dia encontre aquele que queira crescer ao seu lado. "I can't hide my need for two hearts that bleed with burning love".
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