quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dreams

"I don't wanna grow up! I don't wanna grow up!"
Peter Pan
"Você pode destruir meus sonhos, mas nunca minha capacidade de sonhar."
Anônimo

Olá pessoas!
Post extraordinário do AluMus!

Escrevi este texto muito antes da idéia de criar o ALuMus... Portanto, não foi inspirado em uma música. Mas, visto que eu gosto muito dele e achei-o perdido na minha pasta, resolvi publicá-lo aqui.
Um amigo disse que eu vi "a metade do copo vazia" quando o escrevi. De fato, além do amor, dos sonhos e da música, a tristeza é uma das minhas fontes de inspiração. Como eu digo, aquilo que é triste não deixa de ser belo (Neste momento, um certo garoto lembrará de uma orquestra que vimos). E as tristezas são parte da vida, é com elas que aprendemos. Elas nos tornam fortes.
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O tempo passa e eu não quero crescer

Quando olho no espelho vejo a mulher que me tornei. Dos tempos de criança, encontro apenas o mesmo olhar, mas com traços cansados. Preocupações, angústias, decisões a serem feitas e problemas a serem resolvidos batem à minha porta. É, a vida passou pela minha janela e talvez eu não tenha percebido
Por que, meu Deus, por quê? Em que lugar estava com a cabeça quando tudo passou? Suspeito que metida nos livros ou perdendo tempo com tv. E assim pulei menos amarelinha, brinquei pouco de roda quando criança. Onde estão meus patins? Que fim teve minha bola de vôlei? O pouco que me lembro é que adorava ver meu irmão jogando videogame, enquanto eu dava as instruções sobre o que fazer... Nunca fui boa jogadora, sempre gostei das estratégias. Então brincava de bolinha de gude em vez de boneca.
Queria ter feito tanta coisa... Balé, pintura, judô, aula de inglês, japonês, natação... Até hoje não sei nadar! Se me jogarem no meio do oceano, não posso nem sonhar em encontrar uma ilha e viver como o Tom Hanks em “O Náufrago”, vou ficar no máximo boiando a deriva, seguindo a maré.
Isso é o que mais me entristece... A vida passa e já não há espaços para sonhos. Quando olho para trás, vejo o quanto eu sonhei durante a minha vida e, no final, quantos desses sonhos viraram realidade? Poucos... A maioria ficou mesmo no mundo da fantasia. E os que ainda persistem, os que ainda vivem em meu coração... Bem, temo que estes terão o mesmo destino. Agora não há mais tempo, os prazos, os compromissos, as agendas não deixam.
Tenho Síndrome de Peter Pan, não quero crescer. Digo e repito: quero ser uma eterna criança. Só de pensar nas responsabilidades dos adultos, nas cobranças, na rotina, tudo isso me desanima. Porque o que vejo, ouço e leio são contradições. Há aqueles que trabalham demais, workaholic atarefados: mas, afinal, para quê tanto conhecimento, para quê tanto dinheiro se não há tempo de gastar, de ter qualidade de vida, de sonhar? Tem também quem é desonesto, quem foge das responsabilidades, trazendo consigo conseqüências. A malandragem que impera e desestrutura a vida alheia.
Nos jornais – coisa de adulto – encontra-se muita tristeza: desgraça, fome, miséria e dor. Sofrimento. Meu e de todos que não têm mais como sonhar. É nesse mundo de desesperança que quero viver? Hmm, não, definitivamente não.
No meu mundo, quero que os pais sejam super-heróis, que em cada irmão tenhamos um amigo, que cada amigo seja como um irmão. Que cada menina seja uma princesa. Que cada princesa tenha um príncipe. Que o impossível não exista. Que tenhamos superpoderes para fazer o bem dos outros. Que possamos voar com a imaginação para onde quisermos, quando quisermos. Que sonhos não sejam simplesmente doces de padaria. Eu aprendi a sonhar e não quero que essa capacidade suma do mundo. Do meu mundo.

"A sabedoria suprema é ter sonhos de tamanha grandeza que não se possa perdê-los de vista enquanto os perseguimos."

Não é que eu não queira amadurecer. Mas minha preocupação é por que não é possível manter o olhar de criança, em que tudo é possível, e aliá-lo ao dia a dia do adulto, que necessita tanto de superações, de esperanças. Porque as crianças se impressionam! Um bebê se surpreende com o mundo, porque tudo é um imenso desconhecido. Mas nós, ah, nós já vimos tantas vezes um cachorro... Não há mais surpresas para nós? Não há esperança? É nessas horas que eu fujo para meu mundo, com a vontade de não mais voltar... Mas não adianta, ainda há tanto para estudar, tanto para relatar, tantos compromissos para cumprir... É o mundo chato, talvez cruel, a me chamar.

6 comentários:

  1. Engraçado você escrever isso hoje.

    Desde que começou o ano, eu vivo sob essa tortura de "ser gente grande". Hoje, quando acordei, a primeira coisa que pensei foi "p****! falta um mês....e eu faço 20 anos. Ninguém me perguntou se eu queria fazer 20 anos"


    E sabe, não perguntou mesmo. Uma vez eu estava ouvindo meu professor falar que o único que realmente pode ser inocente é a criança, pois esta tem a capacidade de sonhar as coisas mais "absurdas" e ser feliz ainda sim.
    Então eu pensei: quer dizer que eu não posso sonhar mais?
    E reparei que sim, eu sonho, mas...agora, até meus sonhos são mais maduros. Eu não mais sonho que posso dar um kamehameha, mas sonho com meu doutorado. Sabe, quando a gente cresce, até nossos sonhos ficam chatos, por mais nobres que estes sejam.

    Compartilho de todos os sentimentos acima descritos, todos mesmos, e talvez até aqueles que você pensou mas não traduziu em palavras. De qualquer forma... hoje me falaram que o tempo não importa, mas sim a essência que fica.
    Queria eu viver naquele filme do Tom Hanks, "quero ser grande", que ele pode voltar a ser criança. A gente espera tanto pelos 15, 18 anos, mas quando eles chegam, vão embora tão rápido que nem notamos. Tenho a sensação, às vezes, de que eu dormi por todo esse tempo. Só assim eu consigo explicar porque tudo que eu sempre sonhei em fazer...ainda não fiz.

    É uma falha nossa? Ou isso é "normal"?
    Não sei dizer...
    Só sei que não quero ficar lamentando. Vou tentar ser criança o máximo que posso, nesse mundo adulto não tem nada de legal. Certo estava o poeta quando disse "Ah que saudades da minha infância querida, que os anos não trazem mais...".


    Beijinhos

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  2. Awwwwwwwwwww Sachi-chan, que post bonitinho!

    Eu concordo plenamente com muito do que há aí! Com certeza, sem dúvidas, tudo que é triste é lindo. Só precisa ser bem contado, retratado e ilustrado.

    Acredito que é natural termos medo de assumirmos as responsabilidades de nossos atos. Mas sei que muito ganhamos com isto. Fico feliz de ter amadurecido, hoje entendo muito do que não entendia antes.

    Foi difícil crescer e ver que o mundo não é feito de luz. Porém, por outro lado, nem tudo é escuridão. Hoje posso abraçar aquela que amo com todo o carinho e pecado de um adulto carente, e explorar cada centímetro de sua alma, para impregná-la com minha essência.

    Isso não se faz quando é criança! >8D

    Modo: Perturbar Dani *ACTIVATE!*
    Bom, eu fazia quando era pré-adolescente com outras pré-adolescentezinhas mas, quem não fez, right? Is it a crime if you're 12? No? Is it? Dunno...

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  3. Olá, Satie-chan!

    Mas que inferno. Quando não é o Lui, é esta Paula! Hahaha!

    Você precisa parar de publicar posts enquanto eu durmo! Hahahaha!

    Mas eu perseverarei e hei de conseguir o primeiro comentário um dia.

    De qualquer forma, isso não importa! Vamos ao comentário.

    É tão difícil e doloroso falar sobre o tempo... especialmente nesses últimos anos, em que tantas coisas em minha vida mudaram.

    Ainda assim, é um tema que permeia nossas ações e nossos planos. Não podia ser diferente, visto sua importância.

    O tempo não nos espera. E este fato provavelmente é o mais dificil de se aceitar. O tempo tem seu próprio ritmo. E não se importa com o nosso. Não quer saber se queremos ficar mais velhos. Se desejamos voltar aos tempos de infância. Se queríamos que aquele momento durasse um minuto a mais sequer.

    Mas... De alguma forma, isso é bom. Como foi dito no comentário acima, muitas vezes, as pessoas anseiam por momentos diferentes de sua vida. Quando se é jovem, deseja-se ficar mais velho. Quando se é mais velho, deseja-se ficar jovem. Isso é natural. Nas diferentes fases de nossa vida lidamos com diferentes problemas e dificuldades. Mas cada uma delas tem sua importância e provavelmente somos incapazes de enxergar a sua importância agora. Mas depois de atravessar a estrada, é possível ver a distância percorrida e os obstáculos ultrapassados. E daí a sensação do tempo escapar dentre nossos dedos. Nós só conseguimos ver o tanto que andamos, depois de percorrermos uma grande distância.

    O segundo tema comentado... são os sonhos. Novamente, foi comentado no post acima: "Apenas as crianças conseguem ser verdadeiramente inocentes...". E eu concordo.
    Uma vez, um amigo me perguntou: "Qual a característica que você mais admira nos humanos ?". A minha resposta foi: "A inocência". Ele ficou abismado. Como poderiam os humanos serem inocentes ? Guerras, ganância, roubos, assassinatos... Humanos são muitas coisas, mas não inocentes... Bem, é verdade. Mas todos eles... e todos eles, sem exceção, foram crianças um dia... E nesta época, eram inocentes. "O bem, assim como o mau, não é inerente ao ser humano". Li isso em algum lugar, uma vez. E é verdade. Em algum ponto de nossa vida, nós fomos verdadeiramente inocentes. (Diga-se de passagem, é provavelmente daí que vem toda a minha afeição por crianças). De qualquer forma, esta inocência traz consigo uma capacidade única: A de acreditar. As crianças, por terem um olhar inocente, acreditam em seus sonhos. Acreditam com todas as forças que eles podem se realizar. E não desistem deles por mais absurdos que sejam. Esta capacidade de acreditar em si mesmo... de acreditar em seus sonhos... deveria ser conservada... mas por algum motivo, não é. As pessoas desistem. Se cansam antes mesmo de tentar, apenas porque vêem que a jornada a frente é longa demais.

    A realidade é dura e cruel. Muitas vezes, não temos mesmo tempo ou espaço para sonhar. Muitas vezes vejo quantos dos meus sonhos tive que deixar para trás, com as mudanças que ocorreram em minha vida. Minha família e meus amigos, por exemplo. Não há nada que eu amasse mais do que eles. E ainda assim, tive de me afastar para que pudesse perseguir um dos meus sonhos. Ou seja, tive de escolher um sonho e descartar os outros. Essa realidade é horrível de ser encarada. Mas ainda é a realidade.

    Ainda assim, persiste em mim um pouco da criança que fui. E que sempre serei. Não vou deixar que este mundo de concreto e de correria me destrua. Viverei a vida ao meu ritmo, carregando comigo os meus sonhos e esperanças. Não importa se vou ou não conseguir realizá-los, até o fim de minha jornada. O que importa é que, toda vez que fechar os olhos, conseguirei ver a imensidão do Céu à minha frente. E nada... nada vai me impedir de sonhar com o infinito.

    Parabéns pelo tema, mais uma vez! (Apesar de não ser uma música! Haha!)

    Beijos!

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  4. Pós leitura do comentário do Lui:


    *Modo Matar Lui Activate* - Lui, eu vou voltar pra SP um dia...


    Tenha medo. Muito medo. =)

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  5. Ah, Satie..
    ... eu também to com essa síndrome de peter pan..

    .. sério... to com medo do mundo de gente grande..

    é uma das coisas que eu queria falar com vc..


    ah, mas.. como meu pai diz, cada fase da vida tem sua graça..
    ... lembra, qndo a gente era criancinha, a gente podia brincar o tempo toooodo...
    ... mas a gente nao podia ir sozinho na liberdade pra cantar no karaokê...

    .. e varias outras coisas..

    .. nao falo mais, pq eu to sentindo o que é ser gente grande... to com muitas preocupaçoes da faculdade na cabeça...

    e como a Paula disse, não me perguntaram também se eu quero fazer 20 anos..

    beijo, Satiezoca!

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  6. **comentário já imbutido no post**
    nota1: sim satie, eu tinha botar meus freakin' créditos!
    nota2: continuo no manifesto de comentários minimalistas xD

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