sexta-feira, 25 de junho de 2010

Laços

"Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas?
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor é isso...
Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço"
"O laço e o abraço", Maria Beatriz Marinho dos Anjos

Olá pessoas!

Layout novo!
Cansei do super rosa que ficava antes.

FAQ: Mas o post de junho já não foi...?
Answer: Foi! Mas como eu disse antes, não era fixo um post por mês! Era só o mínimo que eu ia fazer! Além disso, resolvi expandir a divulgação deste blog. Confesso que antes eu tinha muito medo de torná-lo público; como disse no meu primeiro post, nunca fui muito boa com palavras. Acredito que um ano depois, com o apoio daqueles que me acompanham aqui desde o início, consegui um pouco mais de confiança em mim mesma. Aos novos alucinados musicais, sejam bem vindos!

Enfim, o tempo de ócio de férias contribui para eu escrever mais. Sem falar que outras variáveis acabaram me dando mais inspiração.
Desta vez, não escolhi apenas uma música. Escolhi um pouco de vida e também uma das minhas inspirações favoritas: minha amiga Deh.
Deborah Cabral é procedente de Guarulhos, na grande São Paulo, onde estudou no Colégio Eniac e Curso Objetivo, junto com esta que vos fala. Também foi professora de inglês, espanhol e dança do ventre. Em 2007, mudou-se para Bauru, onde foi estudar jornalismo. Atualmente é autora do blog Crônicas de Nada, onde filosofa sobre o nada.
Ano passsado, a Deh escreveu um conto que quase me descrevia. Ana é uma sonhadora. E no seu mundo de sonhos, ela procura companhia, para, depois de muitas tentativas, descobrir a si mesma.

Fontes: "Eduardo e Mônica", Legião Urbana; "Ana", Deborah Cabral; "Pomba enamorada ou uma história de amor" e "Herbarium", Lygia Fagundes Telles; "O laço e o abraço", Maria Beatriz Marinho dos Anjos.

PS: Esse mês é mês de leitura! O PET escolheu "O senhor das moscas", livro de alegoria escrito por William Golding, vencedor do Prêmio Nobel em 1983. E também o Sheldon (ok... Mateus...) me prometeu que vai me emprestar "Alucinações Musicais", de Oliver Sacks, o livro que inspirou o nome deste blog! Finalmente irei lê-lo!
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Mudanças

Ela abriu os olhos e não quis se levantar. Olhou o relógio sobre o criado-mudo. 7h30. É, não poderia enrolar mais cinco minutos, como desejava todas as manhãs. Levantou-se, trocou de roupa, foi ao banheiro fazer suas necessidades matinais, comeu algo, escovou os dentes e saiu de casa. Como todos os dias, sempre igual.
Chegando ao ponto de ônibus, olhou novamente o relógio. O ônibus estava atrasado. Olhou ao seu redor. Ele também estava atrasado. Ela o encontrava diariamente; não sabia seu nome, onde morava nem aonde ia todas as manhãs, mas sempre no mesmo horário estavam sob a mesma árvore, esperando o meio de transporte público. Ela não tinha coragem de lhe falar, tampouco olhar mais de 3 segundos em seus olhos.
Todo dia. Sempre igual...
O ônibus chegou. E ele ainda não aparecera. Será que algo havia ocorrido? Ela nada podia fazer, a não ser imaginar. E imaginava uma história mais complexa a cada vez que tentava. Chegou a rir de suas alucinações internas. As pessoas ao seu redor olhavam para os lados... Algumas outras, com seus fones de ouvido, não notavam.
Seu dia ocorreu sem maiores transtornos. Assistiu às aulas, fez testes de matemática, tentou escapar da educação física. Almoçou em seu restaurante favorito, conversou com os amigos, tomou sorvete antes de voltar para casa. Foi para a aula de inglês e estudou na biblioteca da cidade.
Todo dia, sempre igual...
Ao voltar para casa, qual não foi sua supresa ao encontrá-lo no ponto de ônibus. Desta vez não era igual, o horário não estava certo. Ela não tinha pretensão de lhe falar dessa vez, mas ele lhe perguntou as horas. "18h30", ela respondeu. Ele agradeceu, um sorriso brilhante em suas palavras. Ela distanciou-se, sem saber o que sentir. Olhou para trás; um grito nasceu em sua garganta e logo morreu, antes de chegar aos seus lábios. Ele abraçou uma garota que corria para seus braços. Ela não sabia mais o que sonhar...
Todo dia sempre igual...?
No dia seguinte, acordou e não abriu os olhos. Tivera uma noite agitada. Olhou o relógio, 7h30. Trocou-se, lavou o rosto, comeu, saiu. Chegou ao ponto de ônibus. Tudo igual...? Alguma coisa naquela cena já não importava mais... Chegando na escola, percebeu como o dia estava diferente... mais suave? Não havia o que esperar, logo, tudo era uma surpresa levemente agradável, como um brisa tocando o rosto enquanto se comtempla o pôr do sol olhando o mar.Nada havia mudado, entretanto. Não naquele lugar.
Todo dia, sempre... igual?
Ela não entendia porquê, mas parecia que portas foram abertas. Que o mundo havia expandido; o seu mundo. Não era a sensação da perda de um sonho, mas de um recomeço. Alguma coisa dentro dela estava mais feliz, mais livre, apesar de eventuais olhares tristes. Era como uma borboleta saindo do casulo; primeiro a sensação de insegurança, depois readaptação, para então... voar para o desconhecido.

5 comentários:

  1. Sa-chan, Sa-chan! Então a senhorita está gostando da terceira pessoa do plural? Haha! Depois de um ano a senhorita ainda me encanta com a delicadeza de seus textos.

    O design ficou um pouco mais dark mas mais conceitual! Eu gostei! Sempre em frente, pequena!

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  2. Okay, this is not my comment. It's just here, becaus I may lose this one if it stays only in my msn historic.

    Fox said:
    "Uma vez, uma pessoa sábia me explicou algo que, para mim, até então, era um grande mistério. Por que as mulheres, com frequência, se machucam mais que os homens...? Essa era a dúvida, que não saía de minha mente. E a resposta era tão simples.

    As expectativas. As mulheres, por alguma razão, acabam esperando mais das coisas que as envolvem. Mal sabia que eu mesmo seria ferido por essa mesma lâmina.
    De qualquer forma, esse é o melhor dos mundos para se viver...

    ...descobrir um pouco, a cada dia..."

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  3. Arrasou no template, Gacta!!!
    Atónrei!!! =D

    Eu gostos das historinhas "she".. nao pare de escrever Sá. Se isso te faz bem, continue! Vc vê, até eu que escrevo tudo errado continuo escrevendo..

    um beijao no coraçao!

    PS: ansiosa por um abraço oriental!

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  4. PPS:
    Muito obrigada pelas palavras amigas lá no Bobagens. =)

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  5. Nhaaaaaa!!!! XD

    Amei a citação!!!

    Fiquei muito feliz e orgulhosa em saber q eu lhe servi de inspiração ^^

    Seu texto eh muito bom!! Parabéns!! XD

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